Uma vida ativa e independente
A Paula Lourenço mostra como é possível, graças à Diálise Autónoma Domiciliária, ter uma vida ativa e independente, que combina com o trabalho, a família e o lazer.
Às vezes, quando caminha na praia com seu parceiro, os pensamentos de Paula Lourenço desviam-se para os litorais longínquos de África. Imagina leões, bestas selvagens e girafas a correr pela savana aberta. O seu maior sonho é fazer um safari no Quénia, mas está fora de cogitação neste momento, pois voltou a fazer diálise nos últimos anos. Nessas circunstâncias, África simplesmente está longe demais.
Liberdade para o trabalho e o lazer
Ainda assim, a Paula conseguiu criar para si um elevado grau de liberdade. Por exemplo, apesar da diálise, ela continua a trabalhar no Instituto Superior Técnico e é secretária na parte dos contratos públicos. Não faz um secretariado normal, é vocacionado para contratos, seleção de empresas, ou seja, é mais técnico. Trabalha no IST desde os 24 anos. Porém, também é flexível nas suas horas vagas e não deixa de ter tempo para as coisas que gosta de fazer, tais como fazer puzzles, cozinhar e gosta de fazer caminhadas com a cadela. Tem uma quinta no Alentejo onde vai ao fim de semana e trata do jardim. Gostava de voltar a fazer arraiolos. Gostava de aprender a bordar.
Rotina diária
Paula esteve indecisa entre a diálise peritoneal e a domiciliária, na opinião do marido consegue adquirir maior liberdade com a diálise domiciliária, consegue ir para a praia no verão. Paula adora água, e a diálise peritoneal seria impossível. Paula sente-se como se não fosse doente. Na opinião do marido, foi a melhor opção que Paulo tomou para a sua vida. Para fazer este tipo de tratamento tem que ser uma pessoa responsável, porque não é sentar e fazer o tratamento, tem que se puncionar e não sendo profissionais têm que ter muito cuidado e cumprir o tratamento. Não é só fazer diálise e montar a máquina, tem que todas as semanas enviar as folhas dos registos e três dias antes do final do mês tem que fazer um inventário dos medicamentos.
É necessário ser muito responsável e prudenrte para fazer este tipo de tratamento.
O sonho de viajar até África
O tratamento está perfeitamente adaptado à sua vida. É fácil ser disciplinada na alimentação, peso e controle de fluidos, porque fez isso a vida toda. Paula foi diagnosticada com doença renal quando tinha apenas sete anos de idade. Desde os 12 anos, experimentou várias formas de diálise, fez o transplante aos 18 anos. Teve bem durante 15 anos e o transplante durou quase 21 anos. Mas nos últimos 6 anos teve muitos problemas como hipertensão, a ureia estava alta entre outros problemas. Após 21 anos voltou à diálise, primeiro teve 2 meses na clínica. Começou de imediato a fazer o programa de hemodiálise domiciliária. Iniciou o programa de treino durante 4 meses. Já passa as 486 diálises em casa.